quarta-feira, abril 19, 2006

sem nome

Não sei quando voltarei a atirar mais palavras para estas bandas.

De repente, tudo deixou de fazer sentido e os meus olhos lêem apenas babuzeiras de sonhadora que não quer acordar, em vez dos textos líricos de há uns tempos atrás.
Não é o fim do blog, porque sei que mais cedo ou mais tarde venho cá parar outra vez. Por enquanto, o meu umbigo vai passar novamente para o meu livro dos segredos... nem tudo o que penso pode ser assim exposto, mas a necessidade do desabafo continua a existir e há alturas na vida em que é preciso tornar os nossos pensamentos mais nossos para serem mais intensos e conseguirmos chegar a conclusões e atitudes mais acertadas.

Agradeço a todos os que me apoiaram ao longo destes meses e confesso que me custa deixar de "falar" com aqueles que, "a brincar, a brincar" passaram a fazer parte dos meus pensamentos diários. Apesar de, na maioria dos casos, só conhecer a escrita de cada um e a fisionomia ser fruto da minha imaginação, o afecto que sinto pelos meus "umbigodependentes" está bem presente em mim.
Nunca é demais agradecer por terem estado aí :)

Entretanto.... deixo algumas recomendações e claro, mais um excerto do meu querido Sérgio.
1. não se esqueçam de nutrir bem esses umbigos.
2. não se esqueçam de abarrotar os umbigos de quem gostam com atenções, carinhos, surpresas e principalmente MUITA PURPURINA!!!
3. lembrem-se que esta vida é muito curta e é preciso disfrutá-la ao máximo. Agora que o sol convida aos passeios e aos piqueniques... aproveitem para baixar as armas, lançarem pontes e dedicarem-se às coisas importantes da vida.... O riso, a natureza, as pessoas!!!
4. não se esqueçam de lutarem pela vossa felicidade e acima de tudo.... de AMAR sem medo de caír!
5. evitem dramatizar as situações
6. SORRIAM sempre!

OS AFECTOS

"Não sabe ler neles quem pensa
nem lhe conhece bem as cores
quem por secundários os despensa
aos afectos medidores
do corpo e da alma e seus sabores

Porque o quadrado da hipotenusa
é igual já não sei quê dos catetos
a traça do passado é tão confusa
mas tão límpida a lembrança dos afectos
são fartos e temíveis
são as cordas sensíveis
quietos e irrequietos
p’ra sempre politicamente incorrectos
os afectos, os afectos

Era de uma espécie quase extinta
foi encontrada adormecida
a cara talvez em paz, talvez faminta
esperando a investida
de um só beijo que a devolva à vida

Já que se pede ao amor loucura
Não se lhe dê veneno à flecha
nem triste pecado à mordedura
abre o pano e até que fecha
o amor busca nos afectos a deixa

Porque o quadrado da hipotenusa
é igual já não sei quê dos catetos
a traça do passado é tão confusa
mas tão límpida a lembrança dos afectos
são fartos e temíveis
são as cordas sensíveis
quietos e irrequietos
p’ra sempre politicamente incorrectos
os afectos, os afectos"

Sérgio Godinho in " Domingo no Mundo"

Despeço-me com um bejo obeso cheio de purpurina e um abraço apertado daqueles de tirar o ar!
Até breve... :)