quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Fá-dó-sol-ré-lá-mi-si

Levantei-me cheia de vida!
O meu despertador tocou docemente ao ouvido em tons maiores e menores, geradores de energia e aconchego interno.
O Sol brilha(va) lá fora com toda a sua força, como quem diz:
- BOM DIA a quem é uma flor! LEVANTA-TE, aproveita que estou a fazer um esforço astronómico para estar aqui contigo!
(trata-me tão bem, este astro)

Como parte do ritual quotidiano, escolho a banda sonora desta manhã.
(a música.... que nunca me sai da cabeça, do corpo, de mim!)
A escolha é difícil.
Queria algo que mexesse cá dentro; Que funcionasse como um sustenido para o meu despertar sedento de acidentes musicais!
Procurava emoções fortes, que agitassem ainda mais o meu interior....
Abro e fecho as caixas dos cd's, remexo e desorganizo a estante já de si desarrumada. Ligo o computador e continuo a busca incessante pelA musica que queria.
Sei a letra de cor, a melodia canta-me em surdina as notas que dela saem, e os ritmos encontram-se a tempo com o meu corpo.
Esta é daquelas músicas fortes demais. Que me apertam a garganta e fazem rir até chorar de tanta emoção que transmitem (para mim). Pertence àquele rol de melodias que tenho de ouvir sozinha. Fortes demais para uma pessoa aguentar sem se deixar levitar.
É inevitável a lágrima ao fim da musica, ou os soluços de contenção da emoção enquanto a canto.
Existem umas quantas músicas que me provocam essa sensação. Muitas vezes nem têm qualquer ligação com momentos especiais. São somente informações demasiadamente intensas para aguentar impávida e serena.
(acho que o facto de me entregar de braços abertos às emoções, também ajuda)
Acabo sempre por me deixar ir.... Por me entregar a este turbilhão de sentimentos e emoções que me arrebatam enquanto ouço determinadas músicas.

Pus-me a pensar nas músicas que têm esse efeito em mim... e fazendo as contas já são algumas.
É impossivel ouvir o concerto de keith Jarret em Vienna sem chorar (quase) do princpio ao fim. Não consigo cantar algumas musicas de Sérgio Godinho, cuja letra sei de trás para a frente, sem me engasgar a meio. Nem vou falar da maluqueira que é ouvir a tão famosa "fico assim, sem você" da Calcanhoto (como boa fêmea que sou, nunca ficaria indiferente a semelhante canção). E tantas mais que poderia enumerar... (quase que dava para criar uma cadeia bloguiana: 5 musicas que te emocionam)
Curiosamente, nada disto me incomoda.
Procuro estas e outras melodias quando preciso de libertar alguns sapos que tenho cá dentro, ou quando quero começar o dia com mais garra aínda.
Procuro constantemente o 80 na minha vida e às vezes uso a música (ou essas musicas) como catalizador.
As letras dão-me lições, as melodias emoções e os ritmos expulsam-me os medos.
Deixo-me assim abraçar por algo invisível que consegue ser tão táctil e definido ao mesmo tempo! ;)

1 Cachimbos Arrebitados:

Blogger izzolda said...

Acho que há mesmo uma música certa para cada momento...por isso é que temos de ouvir muitas :)

4:38 da tarde  

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