sexta-feira, março 31, 2006

Quimera do Ouro

"Quero
querido
sussurar-te um " quero tudo "
ao teu ouvido

Tudo
contudo
é bem pouco para o muito
em que me desnudo

Eu quero
eu queria a lua
eu quero a tua
boca que eu quero tocar
se estou já nua

Eu quero a quimera
quem dera
fosse a do ouro do teu olhar

Eu quero a quimera do ouro
brilhando à luz do teu olhar

Eu quero
a lua e vénus
quero ao menos
toda a luz
que o sol me traz
quando nos vemos

Eu quero a quimera
quem dera
fosse a do ouro do teu olhar

Eu quero a quimera do ouro
brilhando à luz do teu olhar"
Sérgio Godinho in "Salão de Festas"

Frequentemente convenço-me que nunca me enquadrarei neste mundo que retrai os sentimentos.
Nessas alturas, sinto-me completamente perdida e desorientada. Tudo o que acredito e alimento no amor parece impossível. Dizem: "tens de deixar de ser tão exagerada", "tens de deixar de ser tão impaciente" ou " tens de deixar de ser assim"...
Penso:
Mas se é tão bom amar loucamente, porque é que faço mal em viver assim? Se o amor desmedido tem um sabor único que enche o coração de um modo incomparável, porque é que tenho de o controlar?!... Se o amor é um sentimento, não pode ser retraído ou controlado; caso contrário começa a consumir-nos por dentro, acabando por nos transformar em pessoas amarguradas e tristes... sempre à espera da próxima falha, cheios de defesas erguidas, à espera do primeiro ataque.
Também tenho medo de levar a famosa "paulada" e cair esborrachada no chão, confundida com o alcatrão de tão enterrada que estou nele (acreditem que em matéria de pauladas sou uma "expert").
Mas não há nada que chegue aos calcanhares de não ter fome, sono, cansaço ou preguiça na vida, de tão preenchida de amor que ela está. E isso, só é conseguido quando realmente nos entregamos a ele e pomos de parte o tal "medo" e histórias tristes do passado que só servem para complicar o presente.
Por isso, muitas vezes, sinto-me um bicho raro. Uma personagem tirada dum filme ou duma música de amor, que puseram na vida real e esqueceram-se dela cá. Deixaram-me ficar numa terra onde as emoções fortes são desvalorizadas e vive-se no conforto do meio termo, das águas paradas (no máximo pouco ondulantes) do amor.... Agora, parece-me que os habitantes deste mundo se esqueceram que as águas paradas acabam sempre fétidas e o cheiro intenso e agradável a maresia só aparece quando o mar está revolto e cheio de vida, como (a meu ver) devia ser sempre o amor.

amor, amor, amor

PS- agradeço ao meu querido Sérgio por, mais uma vez, escrever para mim! :D

12 Cachimbos Arrebitados:

Blogger Mónica Lice said...

Acho que não fazes mal em viver assim! Muito pelo contrário! És autêntica!:)

Continua fiel a ti própria!

Beijinhos.

3:52 da tarde  
Blogger izzolda said...

Não acho que o facto de te sentires um bicho raro seja mau! Claro que isso faz com que haja quem desconfie, quem crie atritos, quem dificulte...o que não quer dizer que valha a pena deixares de o ser :) Mesmo com pauladas e quedas...a genuinidade é cada vez mais rara e infelizmente, menos valorizada.

Bom FDS, Pipas*

4:37 da tarde  
Blogger amigona avó e a neta princesa said...

Bonito texto... bom domingo...

11:07 da tarde  
Blogger Guerreiro Maui said...

hum...
sempre acreditei na impossibilidade de controlar os sentimentos.
p'ró bom e pr'ó mau... e paguei bem caro esta minha fé ao ver-me impedido de reagir estúpida e espalhafatosamente (como precisava) quando vi alguns sentimentos em fuga...

mas não há grande volta a dar...

eu gosto de amarelo e tu não!*

tens culpa disso? tenho eu?
e se eu gosto muito ou pouco? tenho culpa? NÃO!! se gosto, gosto. E PRONTO! se gosto MUITO, gosto MUITO! e pouco mais há a dizer quanto a isso.

vá... já chega de meias verdades e meios pulsares de sangue... honremos a vida, prestando homenagem aos sentimentos que nutrimos:
se são fortes, vamos alimentá-los mais ainda!!!

ou que é que andamos cá a fazer???

;)

BEJOS VIBRANTES

* entenda-se como exemplificativo... ;)

2:03 da tarde  
Blogger Folha de Chá said...

Mesmo com desilusões, quedas e desapontamentos, nada como deixar o amor deslumbrar-nos com toda a força. Concordo contigo. Um mar vivo, alegre, em movimento de equilíbrio: nada melhor. (E, claro, sabendo que o excesso de movimento não resulta em tempestades). ;)

10:47 da tarde  
Blogger Rosa said...

Estou contigo. Ou se ama loucamente, ou não se ama. Ponto final. :)

12:38 da tarde  
Blogger Slipper said...

Para mim, se gostamos temos que o demonstrar, porque não o fazer???
Quando gosto, transpareço e nunca hei-de mudar, apesar de muitas patadas!!!!
Beijocassssssssssss

9:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

ahhhh... o Amor! :D

3:56 da manhã  
Blogger Folha de Chá said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

1:52 da tarde  
Blogger Folha de Chá said...

Apetecia-me sair dos livros técnicos e ler poemas de amor, por isso passei outra vez por aqui. :)

1:55 da tarde  
Blogger joaninha said...

:)))))

8:47 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

“Sob os auspícios do Ministério da Educação, o Satanismo há muito que chegou às salas de aula. O Ensino dos valores judaico-cristãos foi substituído pelo Marxismo, um disfarce do Satanismo. Os grandes heróis como Oliveira Salazar são esquecidos, e bandidos como Mário Soares, Cunhal, Otelo, Guevara e Fidel Castro, são exaltados. Os Demónios são mesmo para serem abatidos”! – Quitéria Barbuda in “O Comunismo é um filho bastardo do Satanismo”,Revista “Espírito”, nº 17, 2005.

www.riapa.pt.to

7:22 da tarde  

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