Pensamento do dia

Quando chegar a hora do meu corpo servir de alimento para os "bichinhos da terra", quero olhar para trás e não me arrepender do que não fiz!

Nada é certo, nada é eterno, nada é seguro na vida. De um momento para o outro podem tiram-te (ou tiras tu mesmo, sem sequer te aperceberes) o tapete e esborrachas-te redonda no chão. Tudo aquilo que tomavas como ponto assente na tua vida, deixa de o ser. Perdes o tino, a direcção, as certezas que arrogantemente tomavas como imutáveis.
E no fundo... tudo é mutavel.... Porque somos humanos; porque somos seres de hábitos, que se transformam e adaptam a tudo o que quiserem. Instinto de (sobre)vivencia, digo eu!

A única certeza que tenho é a de estar Viva. Não sei o que há antes nem depois desta vida (se é que há algo....)
Mas sei que estou aqui! Por muitos anos, poucos, horas, dias, segundos... não sei; E sinceramente nem me interessa.
Sou uma previligiada por estar aqui. Por sentir, por cheirar, por conhecer mais vidas a cada dia que passa. Por experimentar todos os dias emoções novas, por todos os dias, esforçar-me por ser mais humana e ter cada vez menos pretensões a ser algo mais transcendente do que aquilo que sou.

Entrego-me às emoções de corpo e alma. Sinto que são elas que devem ter um peso mais elevado na balança do viver.
Incorporo em cada um dos meus poros aqueles que amo e sinto-lhes o cheiro a cada passo que dou. Ouço-lhes o riso em locais por onde passo, marcados por memórias que não ficam guardadas em papelinhos escritos, papeis de chocolate amarfanhados ou bilhetes de cinema que se escondem em caixas e mais caixas pousadas em prateleiras a ganhar pó. Onde quer que esteja, para onde vá, todos estes seres estão comigo cá dentro, num lugar onde não há pó. Estão comigo naquilo que sou, em algumas atitudes que tomo, nas forças que às vezes penso perder...

No dia em que morrer, quero adormecer com um sorriso interior.
Sorriso esse, que nasceu por cada vez que me levantei, arregacei as mangas, enchi-me de lama, caí bem fundo mas voei mais alto aínda, trabalhei que nem uma escrava até cair para o lado, morta de cansaço, chorei até os olhos incharem tanto que deixaram de conseguir abrir, ri até não me conseguir mexer com dores de barriga e maxilar, que abracei e sufoquei quem abracei, que beijei, que amei, que odeiei, que dei e deixei receber todo o amor que nesta vida troquei!

Uma sábia senhora da minha vida, diz-me sempre:
Filha, o difícil não é viver. É SABER viver!
E tantas vezes ouvi isto, que agora não há volta a dar-lhe...
Caros Umbigodependentes... lamento muito informa-los disto mas, cada dia que passa, O meu umbigo é maior que o teu! ;)