segunda-feira, outubro 03, 2005

O dia em que a Lua comeu o Sol.


A Lua comeu o Sol, que a vomitou depois....

Mais uma vez a Lua é a protagonista do dia!

Voltei a movimentar-me em função Dela... São raras as vezes que posso (podemos) vê-la entrar em batalha com semelhante astro. É difícil apanhá-los a namorar desta forma tão exposta. Por instantes deixam de ser dois e unem-se num uníssono cósmico para além do real...
Um momento fascinante, magnetizante, inspirador...

Depois de uma luta fulgorosa com o João Pestana, 4 putos disfarçados de gente grauda, voaram até terras de ruínas romanas...
O corpo ia pesado e quente; a alma esvoaçante e fresca... Primaveril em pleno Outono.
Tudo era antagônico e complementar.

Não nos calámos um segundo! Não conseguiamos manter a boca fechada.
Os óculos estavam cravados na face e a máquina sempre a disparar. Era impensável não registar o espectáculo que os céus nos ofereciam.
O momento auge foi vivido em plena estrada!
Pedimos ao nosso "Ambrosio" para parar, mas tivemos de nos contentar com o nariz esborrachado no vidro e em alguns casos a cabeça fora da janela!
Cabelos ao vento e vidros embaciados.
Voltavamos a ser 4 putos disfarçados de gente grauda!

E eu vi TUDO!!!! Não conseguia libertar-me. Estava colada no céu, na luz, no brilho, na evolução tranquila e cuidadosa do "flirt" daqueles dois...
Lá esteve Ela, timidamente, a infiltrar-se naquela bola de fogo. Piscou-lhe o olho, deitou-lhe a lingua de fora, ele sorriu e ruborizou. Ela ganhou mais força e atirou-se de cabeça. Ele não conseguiu resistir e entregou-se nos braços Dela...
Amantes!
(até corei ao sentir aquela sintonia toda)

Chegamos ao destino improvisado.
Saímos aos saltos, aos gritos, desgrenhados, em pulgas!!!
Montamos a nossa lupa de contemplação, enquantos outros continuavam a correr de um lado para o outro sem razão. Paravam, riam, olhavam para o céu, sorriam e voltavam à correria.
A energia vinha do unissono. Tanto amor ali concentrado, tinha de ser expelido para qualquer lado. Limitei-me a deixa-lo entrar e transformei-o em energia e alegria.

Ela começou a afastar-se e mais dos nossos chegaram.
Mais amarelo para juntar ao calor da manhã. Ironia das ironias, era um fá amarelo, a contemplar o Sol!
Mais gritos, mais gargalhadas, abraços e beijos. Amor às carradas.
Já eramos 7 putos disfarçados de gente graúda.
Mais uma ironia: 7..... o número da perfeição segundo as leis da Natureza.

Olhei para o céu e Eles ainda trocavam olhares e sentidos tacteis.
Ela estava resplandecente, como sempre. Ele continuava no mesmo lugar, à espera duma nova investida Dela.
A Lua piscou-lhe o olho e sorriu. "Agora, só daqui a 23 anos", disse.
O amarelo empalideceu um pouco, mas imediatemante a seguir o fogo voltou revigorado. Ele sabe que para eles, 23 anos não são nada e aquelas duas horas de carícias e olhares cruzados conseguirão mantê-lo vivo e radiante até ao próximo confronto.

Assisti a tudo em silêncio. Não quis que sentissem que estava ali a cuscuvilhar. Não me contive, confesso.
Mas Ela piscou-me o olho a seguir e disse: "Vês...? ;)"
Acenei que sim, e deixei-a ir à sua vida.
Ele lá ficou, parado no seu lugar, a vê-la partir cheia de purpurina, sem olhar para trás.

Os 7 putos disfarçados de graudos continuaram putos e seguiram as suas vidas.
Eles continuaram Amantes.
Eu, não era "eu". Não me sentia "eu". Era simplesmente uma particula microscópica da Natureza; e senti-me tão importante e especial como o momento que tinha acabado de presenciar.
É o resultado da força e cumplicidade que Aqueles dois ali emanavam ;)

E foi assim o dia em que a Lua comeu o Sol!

4 Cachimbos Arrebitados:

Blogger CoFactor said...

(* ;)

2:04 da tarde  
Blogger Victor Leal said...

bem...desta vez esmeraste-te! lol Tá mto fixe o texto, Great Imagination!É interessante a personificação com que falaste do eclipse. Infelizmente eu não vivi esse momento, ainda não tinha acordado para o mundoq quando todo o mundo ja tinha acordado para vislumbrar tal fenomeno...não fico triste por nao ter visto, espero ca estar daqui a 23 anos.lool!

7:32 da tarde  
Blogger Bárbara said...

Lindo o texto!!!
Eu não me farto de repetir que acho que tu ESCREVES MESMO BEM!!!
Uma manha verdadeiramente fabulástica!!!
QUERO IR OUTRA VEZ!!!
VAMOS OUTRA VEZ!!! Ó VAMOS!!!!

Beijos gordos

10:13 da manhã  
Blogger Gelly said...

Liinnnndddddooooooooo!!!

Uma verdadeira inspiração, Pipas!!

Ai como eu gosto dos teus cozinhados, das tuas iguarias pro corpo e pra alma :)

A vantagem das sopas de letras, das lasanhas de palavras, ou dos bolos escritos é que podemos saborear vezes e vezes sem conta!
Este pelo conteúdo, pelas sensações eternamente presentes, será sem dúvida um manjar a repetir.

Continua a cozinhar as palavras e a presentear-nos com iguarias destas.

nham, nhami..... :) :) :)

11:36 da manhã  

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