terça-feira, dezembro 13, 2005

Os traços da personalidade

Às vezes pergunto-me se a nossa personalidade pode ser "definida" em função do fenótipo que apresentamos.
Será que podemos "esteriotipar" a postura de uma pessoa na vida através da sua fisionomia?

Penso no caso dos desenhos animados.
Os personagens "maus" são invariavelmente rectilíneos: altos, secos, de queixo comprido que termina em bico, dedos afiados e esguios. Enquanto que os "bons" puxam mais para o curvilíneo: olhos redondos, baixos, esvoaçantes... enfim, convidativamente portáteis. Ambas as personagens têm traços físicos característicos, standarizados, que fazem adivinhar o outro lado daquela figura.

Agora olho para as pessoas que conheço e para os respectivos fenótipos. Quase que consigo estabeblecer um padrão.
Quando as personalidades são vincadas, os objectivos estão bem definidos e tidos como máxima de vida, a luta pelo bem estar é uma constante e até padecem de uma boa dose de egoísmo, vejo traços físicos mais rectilíneos, fisionomias bem definidas com pontos completamente independentes e tipos de pele bem distintos.
Por outro lado, encontro traços arredondados, mórbidos (no sentido de moles), que se misturam uns com os outros sem perceber onde acabam e começam em seres mais perdidos na vida. Que querem algo mas não sabem bem o quê; até gostam disto e daquilo, mas falta-lhes a força para o afirmarem, estão bem com os outros, mas menos bem consigo próprios.
(Atenção que quando falo de rectas e curvas, não significa que fale de magros ou gordos. São apenas linhas que se conjugam e definem um corpo. Excluo aínda as variáveis "ginásio e alimentação".)

No meio deste pensamento, não pude evitar a análise egocêntrica.
Vi a minha fisionomia de agora e de outros tempos. Comparei-a com a minha forma de estar de hoje e a de ontem; com os momentos altos e baixos da minha vida. E realmente... mudo de fisionomia, à medida que vou definindo e limando os traços da minha personalidade e carácter. Torno-me mais rija quando sei verdadeiramente o que quero e mole quando estou perdida, por exemplo.

É um fenómeno curioso, que não consigo deixar de questionar.
Será que podemos definir uma personalidade pelo fenótipo, ou o fenótipo modifica-se e adapta-se à nossa individualidade mental? Ou aínda... será que isto é apenas fruto da minha imaginação?!

(as assuntos que me lembro enquanto espero nas filas intermináveis dos correios)

8 Cachimbos Arrebitados:

Blogger Bárbara said...

Eu nunca me tinha debruçado sobre esse assunto, mas agora que falas nisso, acho que concordo plenamente!
Pensando nas pessoas que conheço, acho que todas elas exprimem a sua personalidade através do seu fenótipo.
Por acaso estou mais a pensar na maneira de estar e de vestir (isto sem futilidades, apenas no sentido de expressão individual), do que propriamente nos traços e linhas. Mas vou reparar mais nisso e comprovar a teoria!

Beijos muitos

10:14 da tarde  
Blogger Guerreiro Maui said...

hum...

boa pergunta...

enquanto lia o teu post lembrei-me do tempo... e achei que podia acrescentar esta pergunta às tuas:

será o tempo que passa?

será que a velhinha frase que diz que ninguém escapa ao tempo é verdadeira?

eu vejo a coisa assim:
é com o tempo que tu ganhas as tuas formas... interiores.
é com o tempo que aprendes a saber o que és e o que queres...
é com o tempo que os teus sorrisos, os teus risos e até os teus sobrolhos carregados vão ganhando forma, som, cor, ritmo e fluidez...
identidade(!!!) no fundo...

concordando com o teu ponto de vista... acho que faltava considerar este factor...

BEJOS por um "wormhole"... ;)

11:47 da tarde  
Blogger Guerreiro Maui said...

P.S.

que bem que este factor te tratou... doce... ;)

11:47 da tarde  
Blogger MicasMariana said...

Vou ficar a pensar nessa teoria...Será?

5:40 da tarde  
Blogger MicasMariana said...

Para mim é sempre desagradável ver alguém que não está bem consigo própria, que não está resolvida, mais não seja porque por muito que tentes só ela própria é que pode fazer o principal.
Por outro lado é bom estar com uma pessoa bem resolvida, que não tem medo do que pode descobrir por aí, do que pode aprender e ensinar.
Se isso se traduz no fenótipo ainda não sei:) vou continuar a ponderar...
Como teoria não é mau, mas...e nós, o que seremos nós?E será que isso interessa para alguma coisa?

5:50 da tarde  
Blogger MicasMariana said...

Só mais um:D
Não estava a questionar a teoria... o que estava a questionar é se nos devemos preocupar muito com que fenótipo é que estamos a traduzir...

5:52 da tarde  
Blogger Etelvina said...

se for um reflexo do nosso interior, acho que sim, devemo-nos preocupar ;)

6:10 da tarde  
Anonymous Débora said...

É, concordo parcialmente. O problema é que é uma medida muito imprecisa, pois há aquelas pessoas decididíssimas em certas áreas da vida, em detrimento de outras, que refletem tais características em seu exterior e não parecem nem tão arrendondadas nem tão retílineas. E ainda, o que uma pessoa diz pode não ser o que pensa, e vice-versa, logo, é complicado afirmar realmente... Contudo, é uma boa teoria! ;)

6:26 da tarde  

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